quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Beija-Flor

As flores sorriem
azuis, vermelhas, amarelas.
O espírito de um pássaro
corteja-as em seu voo;
baila no ar.

Certa manhã o pequenino
se aproxima para cheirá-las
e um vento travesso
o desequilibra e sem querer;
ele beija a flor;
que beija o pássaro.

O pássaro ganha vida e cores.
Torna-se o eterno namorado
das pétalas, perfumes e flores.
Por tão belo amor
Virou o Beija-Flor.

Crescendo .



Muitas vezes nos vemos em posição de impotência e somos levados a sacrificar alguns sonhos e a entender que, por mais poderosos que sejamos, existem circunstâncias em que simplesmente nada ou pouco podemos fazer. Necessidade de cultivar a espera e entender que a impotência é, antes de tudo, uma lição de humildade. Tudo passa e você certamente se abrirá a tempos melhores no futuro, sentindo que seus planos (no momento paralisados) fluirão a contento.

Enclausurada ;

Incapaz de se manter neste mundo, ela viaja entre as canções e filmes, suas alucinações áudio-visuais tornavam-se cada vez mais forte. Ela lutava para se manter em sua vida, mas, ao iniciar as melodias perdia-se em outras realidades. 
O pranto se acumulava cada vez que saia do controle. Suas lutas constantes eram demasiadas exaustivas, as vezes estes devaneios se alternavam rapidamente e o foco para voltar a si sumia.
Quando sua mente retornava a verdade tornava-se tão frustrante, em seus mundos a felicidade era exalada a cada momento, embora sua visão permanecesse neste plano e nos outros, simultaneamente. A agitação tomava conta de seu corpo e de seus movimentos, andava freneticamente para encontrar-se mas, ao caminhar perdia-se.
Ela ao final de cada viagem gostaria de ser a última e ao mesmo tempo ansiava pela próxima. 
Infelicidade se arrastava a face quando permanecia e por um segundo ela desejava ter asas para voar de encontro as belas paisagens e existências que vivencia em sua quimera.
Pobre onírica, as mais belas cores e perfumes, estão paralelamente em outra dimensão, inalcançável e como uma miragem resplandecem aos seus olhos sedentos pela paragem, estende as mãos e ao tocá-las a ilusão se desfaz. 
Alma prisioneira em um corpo comum, sem poderes e sem glória, um dia sua âncora sucumbira a sua delicadeza etérea e poderá retornar as tantas moradas que seu espírito almeja.