quinta-feira, 23 de abril de 2015

Decepção .

De tanto amor [que dei]
meus olhos mergulharam em ti
Em tantos sorrisos
me perdi em sua luz [minha dor].

Daquele dia ensolarado
gramas tão verdes,
ventos suaves,
beleza sua estampada
na suavidade de um beijo.

Doçura infinita [corrompida em silêncios]
seus abraços acalmavam
toda fúria que abrigava
e a melodia de sua voz
tornaram esperanças possíveis.

Efêmeros momentos
onde escondes
aquele que quis me encontrar? [talvez não mais].

Esconde os sentimentos
Como algo sujo ou proibido
Não sou Julieta e nem és meu Romeu!

Encorajou-me ao precipício
de seus encantos ternos
para afastar-se em minha queda.
Onde os voos eram seguros
e agora só restam asas pequenas.

Tomada de medo;
seu silêncio denuncia a partida [subjetiva]
de uma garota vazia...

Daqueles olhos e beijos
não mais esquecerei...
Se refuga minha imagem
dignos não serás!

Não escondo-me sobre a sombra do luar.
Não permito este breu
que insiste em me subjugar.

Se amigos não compreendem [infâmia]
é melhor se afastar.
Não sou segredos
para calar.

Agradeço o afeto
condeno minha fraqueza.
Não contento-me [não mais]
com migalhas
que podes conceder...

Parto com pesar...
Não mais espero
algo que és impossível oferecer.

Utópica felicidade...
Não podemos dar
aquilo que não temos a ofertar [nem para si].

Esperanças vazias
de um amor [não tão] sereno.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Equilíbrio .

Este azul tão limpo
que qualquer pássaro
sonharia em voar
nestes belos olhos
que contemplo até perder o ar.

Neste azul tão intenso
são um convite
para mergulhar
e descobrir todos tesouros
por trás deste olhar.

Este azul tão doce
acalmaria todas confusões
delicado igual a um pássaro
olhos fortes como um leão.

Nestes lindos olhos
Encontrei tão belo sorriso
e este azul que me encanta
faz com que perca a rima;
o eixo e encha-me de vida.


Em tantos tons de azuis encontrei paz.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Miragem .

Naquela manhã o pequeno poeta resolveu se aquecer ao sol, sentou em uma pedra e esticou as mãos, mexendo os dedos rapidamente em pequenas ondulações.
Buscava inspiração nas árvores, nas flores, na grama ou em qualquer segundo que suspirasse próximo aos seus devaneios. Aqueceu suas mãos e caminhou pelas árvores procurando amor. 
Espiou um casal de borboletas, três coelhos brincalhões correndo, uma tartaruga sonolenta e nada disso enchia seus instintos. Colheu algumas amoras e fechou os olhos, colocando uma a uma em sua boca e esperando-as derreter, sentir o sabor explodindo em sua boca era quase mágico. 
Ouviu uma risada e ao abrir-se deparou-se com uma menina de vestido rosa com rendinhas brancas, ela tinha os braços para trás e dava uns saltos perto de uma rosa. Não sabia se era a voz, as cores ou o jeito que o sol iluminava seu cabelo pelas árvores, só tinha certeza que ali estava o que procurava. 
Não conteve-se e declamou: 

- "Estou com o coração a piar
como pode tão bela flor
causar tanto alvoroço
só com um simples olhar?" 

A menina virou para ele com uma interrogação e com prazer em ouvi-lo. Chegou mais perto e disse: 

- Vamos lá, menino!
Se és tão bom em rimar,
Faça um poema para que possa lhe amar! 

O poeta empolgou-se, saltou do chão e falou: 

- Doce, menina
minha vida era tão sombria
Encontrar-te foi mais que milagre
és deleite dos meus sonhos...

E com os ânimos ditosos, o menino procurou-lhe os lábios e a bela garota dissolveu ao tocar.Pobre poeta, caíra no encanto das princesas, desejava mais do que podia e voltava a si dizendo: 

- Queria escrever sobre ti, menina,
Amei mais do que deveria,
Ó vida, dei meu amor sem cautela
sucumbo agora à espera. 

Fechou o semblante e percorreu o caminho para casa, nesta noite não haveriam mais canções.