sexta-feira, 1 de junho de 2018

Equilibrista .

O frescor da sua existência tocou meus poros, orvalhando as pétalas de minha rotina.
O desejo contido por paredes que quase toco, recuo.
Analogias estratégicas deleitam-se em jogos linguísticos, protegendo a imagem e o que há de seguro.
O perigo a espreita, todos os danos e conquistas em um suspiro, como uma equilibrista apoiando-se em seus instintos.
Mais um passo adiante e a corda balança, expira e hesita, retroceder é desequilibrar ou não, então rodopeia, lança-se ao ar e abre as mãos, embebedando-se deste caleidoscópio emocional e pousa com as pontas dos pés, na linha que a sustenta e como uma criança atrevida, saltita silenciosamente para não ser vista. 
Sorri e assusta-se.
Segue em sua trajetória, focada em seu eterno [des]equilíbrio. Respira e segura com suavidade sua vara, retorna a  caminhada ecoada por novas emoções. 
O que seus olhos deslumbraram não poderiam ser um farol a libertá-la das águas escuras e calmas que veleja suavemente como em um Ballet, apenas um Grand Pliè, um gracioso tom para embalar a valsa da vida.