quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Claves .

Talvez a liberdade tão sonhada seja uma utopia, observe os andarilhos, os anônimos que dormem nas gramas aparadas e a liberdade que eles têm eu nunca entendi.
A liberdade que carrega em seu olhar cansado, em seu corpo mal lavado, em seus cabelos desgrenhados...
 Eu que estou todo engomado, cabelo bem penteado, pareço mais um plástico! Jamais seria capaz de ver tanta beleza na simplicidade e prorrogar um sorriso na nota do sol...
Ah! aqueles velhos moinhos que somente os meninos do Vento podem perceber tamanha dor transformar-se em Cantos. Dançar na corda bamba, num samba de coração e o encanto que há nessa tal liberdade, traz a felicidade que me prometi. 
Quem me dera ter coragem de tirar o terno e sapato correr pelo mato sem dono, sem medo e ser feliz...

Caminhos .

Por onde andar quando o mundo tem diversas estradas sem sinalização? Como saber qual direção seguir quando meus joelhos fraquejam diante de tantos caminhos?
E se escolher o errado e cair num abismo ou escorregar nas pedras e ser arrastada por um rio....
Uma placa, por favor, uma seta desenhada na areia... 
 Minhas lágrimas queimam meu rosto e drenam minhas forças.
Não há nenhuma ajuda e cada segundo que atraso minha partida sou engolida por toda escuridão viscosa que mora em minhas dúvidas...
Uma luz, um pontinho de luz, clamo e desespero-me...
Ninguém por perto, então, grito até emudeceram, ela está cada vez mais próxima, sinto o seu hálito gelado em minha nuca, meu estômago gira, tento andar mas, estou afundando nesta lama negra...
Choro e me abraço, estou atascada até a cintura, sinto o umbigo submerso...
Fecho os olhos e imagino um outro lugar, qualquer lugar que aquelas trilhas poderiam me levar... 
Enquanto sonho com paisagens minha boca enche-se de medo e cada dor...
Meus olhos marejados de sangue piscam e naquele lago tranquilo não há mais nada em sua superfície.
Apenas um convite a poesias.