Eu estou dirigindo sem rumo, a música toca aleatoriamente e nesta estrada não vejo nada, a neblina esconde cada curva e esta chuva constante tornam a situação mais dramática...
Choro em um fluxo intenso e meus olhos estão nublados de tanta dor... Mãos no volante, 100, 120, 140, 180 km/h, não vejo nada, não penso em nada, sinto o meu peito rasgado e minha vida estilhaçada em cada segundo, acelero e sigo os olhos de gato na pista...
Não consigo acreditar que houvesse tanta dor no mundo e estava toda represada em mim, mal consigo respirar, sinto todo o peso de cada lágrima que escorre, como se chorasse por todos os traumas, todas as perdas, todo o passado não superado apenas abstraído...
Acelero mais, quase um suicídio, não enxergo a mais que 2 metros no caminho, o farol ilumina pouco e meus olhos estão transbordando, poderia morrer a qualquer momento, qualquer coisa para anestesiar e apagar a consciência...
Tempestade ambígua, não sei onde está mais perigoso, estou molhada de lágrimas e o mundo de chuva, choro mais alto que a música e que os trovões, meu desespero escorre pelo parabrisa e não há nada para cessá-lo.
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