D r o p S .
Sente-se e encha as mãos de doces, vou contar algumas histórias.
terça-feira, 28 de novembro de 2023
Poxa!
quarta-feira, 12 de julho de 2023
Com amor, Adeus!
Quando foi que você notou que não era mais importante ou necessário na vida daquela pessoa que quando surge na sua mente enche seu coração de afeto e saudosismo?
Não estou falando sobre amor entre pares, daqueles relacionamentos românticos, mas sobre as amizades que em dado momento foi a última vez que um de vocês de fato se despediu e seguiu.
Eu não pude me despedir apropriadamente na última vez que de fato seria a última vez da nossa ligação... Até nos encontramos outra vez e foi tão estranho olhar nos seus olhos e notar que ali já não (me) reconhecia... Falamos sobre o passado, pois hoje não temos nada a construir... Somos outras pessoas, outras crenças e valores...
Será que foi quando meu coração partiu e você não me apoiou que nós nos despedimos sem dar adeus?
Será que foi quando lhe fui sincera sobre o que sentia e discordamos?
Será que nos despedimos um pouco ao longo dos anos e encontros e quando apaguei o último cigarro, nos apagamos também?
Honestamente, eu não sei. Noto que me incomodo com as diversas demonstrações de afetos vazias e ausência constante. Palavras não me sustentam e me causam estranhamento...
Talvez, não possamos hoje encontrar o momento que nosso vínculo acabou, quando de fato nos despedimos sem notar que não voltaríamos a sorrir e viver novas aventuras, apenas contemplar o passado...
Entretanto, hoje eu posso compartilhar, (não para você, mas para mim e aqui), que não temos nada em comum além de memórias e nossa amizade não existe mais e está tudo bem.
Seguirei lhe curtindo, enviando corações e palavras vazias de saudades e lhe amando no passado, mas sem expectativas ou tristezas por não ser mais a sua primeira ligação quando as coisas vão mal... Você também não é mais a minha primeira ligação quando estou mal e definitivamente, não compartilho mais quando estou explodindo de felicidades...
Eu não sei quando mudamos e tenho fingido que está tudo igual, entretanto, hoje acordei corajosa e preciso lhe dizer:
- Adeus, minha amiga, eu sentirei falta das nossas aventuras e momentos vividos, mas garanto que teremos novas aventuras com outras pessoas e nós seremos uma boa memória, como a fotografia de um momento feliz na infância.
Até que o vento nos encontre, ainda sorrirei ao lembrar de você ♥
segunda-feira, 2 de janeiro de 2023
Adeus Magda, as letras e as palavras
Acredito que minha primeira paixão tenha sido as letras e o mistério do que, quando unidas, significavam.
Provavelmente, meu primeiro e maior hiperfoco foi a busca pelo sentido, pelo significado, pela representação.
Lembro-me de estar no banco traseiro e observar as letras pelo caminho: "élê-tê-dê-a..." e minha mãe explicava:
- Lê "litida" e significa limitada...
Aquelas letras pintadas de vermelho em um prédio amarelo me envolveram por anos, talvez até hoje.
Em minha casa havia muitos livros, principalmente dicionários, e eu os amava intensamente. Lá havia todas as palavras, seus significados e pronúncia. Dicionários de antônimos e sinônimos com capas duras e vermelhas, páginas amarelas e cheiro de poeira. Dicionários comuns, alguns livros de latim, uma versão capa dura vermelha e páginas amarelas de poemas de Fernando Pessoa (Alberto Caeiro) que tenho até hoje, embora esteja doando todos os meus livros físicos como mudança necessária para 2023, este está entre alguns que talvez fiquem... É muito difícil desapegar e abrir espaço para o novo.
Voltando as letras, aos livros e à infância, minha irmã me ajudou inúmeras vezes com brincadeiras que deviam ser entediantes para ela... "Obrigada, Nar, sempre lhe amarei por isso!"
Estas brincadeiras duravam horas, ela abria o dicionário aleatoriamente e me dizia uma palavra e eu precisava descobrir o significado e soletrar corretamente, quando acertava, ganhava um ponto... Eu ainda amo dicionários, inclusive só escrevo com uma aba do navegador em dicionário de sinônimos, pois um texto rico de palavras diversas sempre me encantaram.
Hoje escrevo sobre esta "obsessão sobre significados e palavras", pois deparei-me com um post fúnebre sobre a morte de Magda Becker Soares... Quem é Magda? Eu também não conhecia, descobri que é uma grande alfabetizadora e referência na educação...
Mas, o que me inspirou e elevou foi o fragmento de uma fala sua exposta neste post:
"A arma social de luta mais poderosa é o domínio da linguagem."
E esta frase me deu um loop no coração, os olhos encheram de lágrimas e ao enviar a frase para minha esposa, completei:
"Foram as palavras que me salvaram, foram os livros que me levaram para sair e é com o poder das palavras que driblei as limitações do meu autismo até hoje...
As palavras são as armas mais fortes que alguém pode ter, dominar o que as palavras querem dizer e onde podem nos levar é de fato, para minha vida, o maior tesouro e mapa que me guiam."
Falo sempre que eu tenho palavras e é por isso que consigo "dar conta" de algumas trajetórias. Creio que o meu diagnóstico tardio dá-me, principalmente, pelo poder que as palavras e seus significados me deram, a possibilidade de conseguir articular de forma assertiva sobre conhecimentos.
As palavras me salvavam quando escrevia poemas para lidar com a exclusão e a dificuldade em lidar e pertencer a este mundo, as palavras me salvam quando hoje consigo me posicionar e defender minhas ideias, minha familia e minha existência, as palavras me salvam quando aprendo a usá-las de forma gentil e expressar o que sinto para criar vínculos, pontes entre o meu amor e a pessoa a quem me direciono.
No jogo das palavras, eu me encontro e visto o lugar que mais pertenço...
Magda estava certa ao dizer que o domínio da linguagem é a arma social mais poderosa, aprender os significados da língua portuguesa me tornou uma guerreira e também uma poeta, eu transbordo o mundo e o que sinto em cada letra que escrevo ou que imagino ao meu redor, dando sentido ao que respiro.
Tantas palavras, tantos sentimentos e tanto a sentir.
Esta frase inclusive iniciou um grande movimento em mim que apresenta-se neste texto despretensioso e tão significativo para esta autora que diversas vezes "colou" os silêncios de si com letras e rimas.
Adeus, Magda, hoje me despeço e ao mesmo tempo me apresento para conhecer e me transformar com as suas letras e as suas palavras.
Agradeço também a Maria Mortatti por produzir o post e postá-lo.
quarta-feira, 8 de junho de 2022
Pintassilgo ♥
E em cada canto eu sentia seu olhar, seu sorriso me aquecia nas noites frias e as memórias do seu cheiro me inundavam de saudosas lágrimas.
Eu quase não me habito desde que lhe conheci, pois sua ausência invade-me e ocupa...
Ocupa-me os pensamentos ditosos de um futuro ao seu lado, onde o tempo escorrera entre nossos beijos e os sonhos ganharão vida no encontro das nossas mãos...
Ah! Como eu lhe amo e anseio-lhe cada segundo, como se nunca fosse o suficiente!
Enebria-me a alma seus versos em forma de pintas que desenham paisagens oníricas em seu corpo.
Leva-me contigo e protege-me de sua falta, pois é nela que me falta o ar...
segunda-feira, 14 de outubro de 2019
(des)Encontros
Respirava fundo buscando não esquecer nenhum detalhe...
Ela não disse que logo iria, mas resolveu romper antes de decidir. Ele não pediu que ficasse...
Engatou o automático, a abraçou e disse que estava tudo bem... Saiu pesado e se perdeu. Dela não se tem muita certeza...
A semana arrastou, sem notícias, novos jogos e caminhos... Não sabia se queria percorrer, mas não havia muitas escolhas...
A conversa voltava a fluir pelas tecnologias que protegem as partidas.
Se encontram rapidamente e neste "olá", ela o abraçou [infinitamente], ele viu o seu reflexo no vidro e desligou o momento, se observava e questionava o que sentia ou deveria sentir...
Ela o olhou e ao olhá-la indagou novamente.
Questionava o amor que memorizou e que nutriam por e-mail, já que cartas enamoradas não existem mais. Não que eles fossem românticos. Entretanto, combinaram que não falariam sobre isso...
Hoje ouviu alguém dizer que ela irá partir e percebe que não lhe contou.
Os olhos arderam e o coração ficou pequeno, queria correr e gritar:
- Fique!
Não que isso mudasse alguma coisa, sabia que ela era difícil e seria impossível demover esta ideia...
Então, acendeu um cigarro, engoliu a vida e foi andando pelo novo percurso...
Ele foi embora sem partir e ela partiria sem ir embora, sem sina ou destino, só acenaram como despedida...
Quando o tempo sobrepor as imagens, os momentos e memórias, eles deixarão de existir...
terça-feira, 7 de agosto de 2018
Nume .
quarta-feira, 1 de agosto de 2018
Alice .
sexta-feira, 20 de julho de 2018
Escorpiana .
Cada vez que se encontravam havia aquela euforia, um quase tocar e sempre partir, desejava-a e nada dizia, calava-se.
Assistiu os vários romances que a garota protagonizava e como boa expectadora apenas assistia, pessoas indo e vindo, o coração cheio e a boca seca, não conseguia alcançá-la, apenas observar...
Piscou algumas vezes e todas as lembranças foram se esvanecendo e voltou a olhá-la ali diante de si, esticou a mão e se tocaram.
Sairam do bar entre sorrisos e a levou para uma estrada escura, desceu do carro e a convidou para ver o céu que estava espetacular. Ela notou alguns cometas passando e ficaram em silêncio, lado a lado, encostadas no carro e de mãos dadas.
As estrelas brilhavam forte e os corações aquietavam-se.
Estavam em paz.
terça-feira, 3 de julho de 2018
Framboesas .
sexta-feira, 1 de junho de 2018
Equilibrista .
quinta-feira, 10 de maio de 2018
Remoto Controle
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
Dead...
Congelada
sábado, 13 de junho de 2015
Plumas...
de flores em flores
tentando saber, Sabiá.
Inflando o peito,asas planando...
Cantarola, Canário
"Bem-te-vendo" nas lembranças.
Fulgaz, pardalzinho
caçando felicidade, pequeno falcão.
livre águia
não contenta-se com migalhas, só as pombas.
Nasceu para voar rápido
social Bavette,
as vezes Lóris e sua reclusão.
Doce agressivo, caboclinho,
tão majestoso Cardela da Virgínia;
comunica-se Mainá e
ame como um Meiro.
Melancólico como Patativa e Sabiá Laranjeira.
Encanta-me Rouxinol de Pequim
Purpurina alada,Sairá-de-Lenço
Baila em sorrisos, Tangará-dançarino
valente Trinca ferro
ilumina-me como um Tarim
Esplêndido, sua calma e timidez encantam
Voou envolta da minha vida, Agapórnis,
tornou-me Arara Vermelha de Asa Verde,
um Azulão e Diamante de Gould
me aquecendo com seus olhos...
Voa livre, pois odiamos gaiolas
Espero seu sopro de vida
em cada piar trazido com o vento.
Aguardo-o para um ninho
mesmo que diferentes espécies
não entrelacem
Aguardo que seja meu João-de-Barro
e ser seu Pinguim Imperial,
desastrado, barulhento e presente.
Que as asas se encontrem
e as espécies que vivem em nós
sejam a riqueza natural
de um abraço.
Voe passarinho e retorne ao meu abrigo.
segunda-feira, 1 de junho de 2015
O garoto do pier
o barco partiu no horizonte,
os remos incessantes
levando longe as esperanças.
O Sol deitava-se
nos lençóis marítimos
e o barquinho quase não se via.
O menino sentou encostando os pés na água,
cotovelos apoiados no joelho e as mãos no rosto,
olhava para baixo sem pensar em nada.
Avistou uma ostra
e mergulhou para pegá-la,
ao chegar perto era um ouriço
e ao espetar o dedo
adormeceu em profundo veneno
que lhe cegou...
Não mais esperava o barco.
Agora seu corpo
era uma âncora
em direção ao fundo
para segurar o barquinho...
Segurou-o até o musgo revesti-lo
e a escuridão e frio entorpeciam...
O veneno atingiu-lhe o coração
então, cansou de ser
e tornou-se submarino.
Submergindo das profundezas
em direção a luz...
E o barquinho?
Continuou à mercê das marés...