segunda-feira, 1 de junho de 2009

As compulssões de uma obsessiva. (Parte 1.)

O tempo aqui não é válido, um devaneio pode durar horas ou

segundos em tempo real e paralelamente ter uma duração

inúmeras vezes maior.
Esqueça suas crenças, seus medos e desejos, você já não

pertence ao mundo da razão, seja bem-vinda as obsessões, à

aceleração cardíaca, visão borrada, agitação, agressividade,

melancolia, histeria, compulsões, aqui você é livre e tão

limitado, aqui é onde há um começo sem final, porque aqui não

é uma instituição, não tem leis, regras, apenas vida, emoção

e raciocínio. Esta aí os princípios de tudo, raciocínio,

menos Quociente Intelectual (também conhecido por Q.I. e

neste caso, não é quem-lhe indica), mais realidade, mais Q.I.

menos real. Repetitivo, mas, sincero. Alguns são obsessivos

por doenças, medos, mortes, remédios, objetos, números,

cores, datas, sonhos, passos, riscas, quadrados, maçanetas,

faixas, luzes, apenas obsessivos, há aqueles que tem suas

obsessões entre todas as outras citadas e as não citadas,

pensamentos. Pensamentos que corrompem o cotidiano, invadindo

a atividade que normalmente seria realizada em primeiro

plano, para uma sucessão de pensamentos, em mão-dupla, sem

qualquer sentido para outra pessoa, a teoria é complexa a

prática é tão simples que o indivíduo não percebe as idas e

vindas desta compulsão obsessiva também conhecida como

DEVANEIO.
Em mais uma destas viagens sem sentidos, a pequena neurótica

entra por caminhos desconhecidos, vive o passado, pensa em

tudo o que aconteceu, revive como em um filme, com atitudes

rápidas, rota angular e pensamentos em películas,vive o

presente e o futuro, tudo ao mesmo tempo, por mais impossível

que pareça a você, queridíssima, para um observador qualquer,

ou ela havia perdido um objeto e estava andando de um lado

para o outro ou estava em sérios apuros e procurando uma

saída. Eis, a questão, procurar a saída. Ela andava em passos

milimetricamentes centrais nos quadrados maiores, sem pisar

nas riscas, 7 passos a frente, no 7º um giro e volta a contar

pelo 1, assim, fazendo caminhos físicos para gastar energia e

a mente correndo rapidamente ou desesperadamente a saída,

mas, se aproxime, meu bem, vou lhe contar um segredo, as

saídas não existem, mesmo que ela relaxe e desligue-se, ele

voltará. Quem é ele? O devaneio, claro.
Esta criança vive em 3 mundos e não me venha com o seu

pensamento limitado de: - Ah, tá, eu já disse, presente,

passado e futuro, não importa a ordem. - Ela sobrevive no

primeiro mundo: Onde ela sorri; no segundo mundo: Onde todos

sorriem; no terceiro mundo: Onde não há sorrisos. O primeiro

é o submundo social em que ela sub-existe, onde sana suas

necessidades básicas, o segundo mundo é aquele que todos

vocês vivem, chamado de capitalismo, socialismo, religião,

regras, comportamentos, enfim... você compreendeu. E o

terceiro mundo é onde as dores são vividas de três formas,

três intensidades, todas aleatórias e sem sentido até mesmo

para a menina. Este terceiro mundo é o que falamos o tempo

inteiro, devaneios.Ele inicia e cessa sem controle, apenas

uma pausa para logo voltar...


continua...

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